quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Vergonha que não é alheia.

Alguém que não é alheio ao outro não sabe.
Força, pressiona, manda.
O outro, tímido, sofre calado e tem consigo
uma companheira fiel, gastrite.

A fase de borboletas no estômago já passara,
e a vergonha que antes apenas corava as bochechas,
agora aperta a barriga, corrói os órgãos,
queima o rosto, lava os olhos.

Tentar aliviar as dores de um tímido é nula,
quase sempre em vão, tempo perdido.
O tímido tem vergonha da vergonha,
se mutila, se fere por ela.

O alheio geralmente é corajoso,
por isso a tensão e a ansiedade.
Para ele é fácil mandar, ordenar,
ele é alheio, ele não sente o corpo todo queimar.

Quando um covarde perde esse medo,
o povo todo se levanta.
O corajoso, pode até mostrar os seios,
ou o pênis... mas isso o povo todo já viu.


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Beijão pra quem leu!
e um especial pra quem assistiu minha apresentação junto com o Pedro Inácio essa noite.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quando a poesia se acaba.

Um poeta sem inspiração é um poeta morto,
morto bem morrido, enterrado bem lá embaixo.

Quando a poesia acaba o poeta fica em choque:
sabe que seu fim está próximo.

Mas ah, existem os músicos para inspirar esse poeta,
porque um músico sempre tem música,
sendo dele ou não.

Ora, também existem os palhaços que fazem da sua arte
um ritual, algo quase divino,
que inspira qualquer coração minguado.


O poeta quase morto que não conhece a música e nem o palhaço,
também pode usar a sua dor como luz, sua lágrima como tinta,
e seu coração como papel.

O poeta quase morto que já usou todas as formas de se inspirar,
pode usar sua morte, real ou artística, para finalmente brilhar.
Brilhar muito, e sumir... pra sempre!


Conto de um poeta morto.

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Beijão pra quem leu!

sábado, 16 de julho de 2011

A dor é a grande aliada do artista.

Seja ele um músico, um poeta, um contista ou um maluco sentimental que escreve.


Hoje a dor me inspira, assim como um dia um alguém me inspirou.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Confortável desconforto.

E com um abraço longo e apertado a ansiedade se transformou em conforto. Um conforto confortavelmente desconfortável, que se fazia assim pela incerteza de como agir.

Uma tentativa de beijo os deixou sem reação, olharam para os lados procurando um assunto urgente, qualquer coisa que os libertasse daquela deliciosa sensação de primeira vez.

As horas se passaram, e no divã, um beijo aconteceu. Os dois corações, ligados pelo beijo, sofriam calados pela dor de saber que aquilo não era mais como antes. Um não era mais do outro.

Mais tarde, ainda no divã, os dois comiam e assistiam TV. Ela olhava para ele e pensava em como aquilo era bom. Cada segundo junto dele era o bastante para se apaixonar de novo.

Pela manhã, os dois ficaram se olhando por muito tempo. Ela deitou no divã e, como parte do tratamento, ele pegou o violão e tocou músicas que tocavam o coração dela. Mais uma vez ela chorou, mas dessa vez o choro foi gostoso, liso, fácil: ela sabia que tudo poderia se resolver com um sim ou nunca mais.

Com o coração já calmo, ela foi para sua casa e escreveu um texto descrevendo cada emoção vivida naqueles dias.
Com o coração mais calmo, ele irá, um dia, ler o texto, entender que ainda existe uma luz de esperança e que aquela sensação de desconforto é confortável. Tem volta!

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Beijão pra quem leu!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ansiedade.

Entrou, falou com quem estava por ali e, sem nem organizar suas coisas, ligou o computador.
Não sentou, fez o login em todas as redes sociais possíveis e desistiu de procurar: ele ainda não havia chegado.

Sentou, relaxou as pernas, massageou as próprias mãos e se levantou, no intuito de arrumar tudo para passar o tempo. Acabou relendo mensagens da noite anterior a da viagem, o que a deixou chateada. "Na realidade, não sei o que quero" e era só nisso que ela pensava.

A garota que pensa pensou em tomar um banho, desfazer as malas, sair para comer... mas só conseguia esperar um sinal, uma resposta, um apelo, um pedido. A ansiedade a matou, corroendo cada pedacinho do seu estômago e, como uma masoquista, a garota que pensa riu, pensando que aquilo nunca havia acontecido antes.

"Ele não chegou", ela afirmava.

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mais um estranho.

ps: juro que agora vou tomar banho hahaha.

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Beijão pra quem leu!

Disposição organizada igualmente.

Tudo parece estar do jeito que deixei.
As canetas organizadas, os livros alinhados,
a despensa quase vazia, as camisetas enroladinhas,
o edredom dobrado em cima da cama,
a disposição dos objetos no banheiro,
inclusive os cremes organizados em ordem alfabética.

Tudo parece estar do jeito que deixei.

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Texto sem sentido mas que expressa o que pensei quando entrei na pensão hoje.

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Beijão pra quem leu!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Poção do sumiço.

Isso é puro momento,
é tudo uma fase.
Estou te parafraseando
porque SEI que você sabe.

Sabe de tudo o que eu preciso
e sabe que a culpa não é sua.
Te conforta dizer que suas palavras
me deixaram confiável?

Confiável pra explicar o que acontece,
pra explicar o que somos.
Um amigo disse que nós seremos nós,
pra sempre. Eu e você.

Você é pra mim meu eu,
onde eu me encontro.
Te ver perdido me alegra,
por saber que os grandes também se confundem.

E confusão é o que melhor explica
a situação, minha vida, o que aconteceu,
as palavras, o divã,
eu e você.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quando sua poesia se resume a trechos de músicas fúteis pode ter certeza de que você está morto.


Se isso for realmente verdade...


morri!

não tente ler.

Eu pensei que o tempo passaria devagar,
que eu ficaria entediada,
que o relógio me torturaria a cada segundo contado,
e que eu só pensaria em ir embora.

Penso que o tempo está acelerado,
que estou com pré saudade,
que o relógio me tortura a cada segundo contado,
e que eu só penso em ficar.

Se me perguntam o dia que vou embora
meu coração se enche de tristeza.
Não respondo ao certo por medo de magoar,
e me magoo.


Preciso parar de pensar.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Botar a culpa nos Estados Unidos melhora a situação?

Para uma mãe, amiga, irmã.

Ontem foi aniversário da pessoa mais linda, forte e amorosa do mundo.

Rosana Cruz pra uns, Romadecrusi pra outros, amiga pra alguns, tia para vários e mãe para poucos. E pra mim ela é mãe.

Ela tem um jeito carinhoso de tratar as visitas e, como poucas mães fazem, deixa de tratar de si mesma para tratar dos filhos. Roupas, festas, TUDO é pra gente. Doces, salgados, qualquer comida que peçamos ela faz... e sorrindo.

O mais incrível de estar morando longe, é perceber que a nossa relação melhorou. Talvez tenhamos menos contato, porém mais conversas, confissões e desabafos.

Sinto sua falta todo o tempo, principalmente dos seus pedidos de carinho, de afago, de tudo. Você é perfeita, Rosaninha!

Não sei como escrever de vocês de casa sem chorar, mamis, então vou parar por aqui e deixar para escrever MUITO MAIS sobre você em um dia propício para o choro.

EU TE AMO, mãe. Feliz aniversário e que tudo, tudo, tudo que te deixa triste suma do mundo.

O gato que é pato e preto.

Uma fala alto,
o outro não sai do quarto.
Um passa o dia fazendo arte,
o outro é a arte.

Uma é bailarina,
o outro é boleiro.
Um canta e toca lindamente,
o outro escreve, toca, canta.

Todos juntos, em um ode pelo silêncio:
"Ô Madalena!!!"
Morando com um gato que é pato,
e além de pato, é preto!

A outra é uma indiazinha.
Que não fala, não fica no quarto,
não faz arte, não é arte.
Não dança, não joga, não canta,
nem toca, só pensa que escreve.

Ô Madalena, libera o barulho hoje,
libera o violão, a bola, a sapatilha,
a garganta, a arte, o corpo, a família,
libera esse gato que é pato... e preto!


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Saudade, família!

Para duas amigas.

Não sei falar coisas bonitas, não sei dar tchau sem chorar, não sei admitir que vocês estão certas em escolher ir pra longe. Não sei, não sei.

Ontem eu pensei em voltar e abraçar as duas, me despedir, fazer vocês prometerem que iriam aparecer sempre que pudessem. Mas durante o banho eu chorei e chorei, pensando que vai ser horrível não ter duas mães pra cuidar de mim na pensão.

Uma é SUPER deliciosa, que estuda o dia todo, que cuida da alimentação dos outros, que não leva desaforo pra casa, que se arruma toda, que tem uma família linda...

A outra é a mesma coisa. Uma versão fisicamente diferente, mas não menos linda.


As duas são importantes na minha vida desde a primeira semana... e eu não suporto a ideia de que, quando eu voltar, não estarão lá as minhas duas jóinhas, lindas e maduras jóinhas.



NÃO VOU AGUENTAR, Nathália e Priscila.


Espero que tudo dê certo pra vocês, e que vocês tenham feito mesmo a melhor escolha.
Amo vocês, mesmo não sendo tão presente, amo vocês.

ps: tem leite condensado na despensa! hahaha
E a saudade falou alto por todo o caminho,
o silêncio a acompanhou,
junto com um nó na garganta,
um aperto no coração,
a incerteza do futuro,
e o cheiro do 'amor' guardado no travesseiro.

Ela guardou cada detalhe do longo caminho,
cada cheiro e cor,
só pra contar pro 'amor' quando voltar,
adiantar o caminho que um dia eles farão...
juntos.


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Beijão pra quem leu!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Dessa vez, não.
O mais engraçado é que ontem foi o dia do 'Paredão'.
Terça-feira sempre é o dia do paredão.

A certeza de que a solidão é o caminho.

Há um tempo atrás precisava escrever sobre o 'sozinho',
algo que não acontecia havia um tempo grande.
Eu procurava encontrar palavras, experiências,
qualquer coisa que me remetesse ao sozinho... mas nada!

Hoje eu acordei sozinha...
posso escrever pra você?



"Estar sozinho quando quer, é lindo!
Acordar ao meio dia, tomar banho ou não tomar,
não almoçar, não lavar a louça, não enxugar o banheiro,
chorar, sorrir ou cantar sem medo de ser pego em flagrante.

Mas, estar sozinho me faz pensar em você.

Acredita que essa noite eu sonhei com você
e quando acordei pra te contar,
você já não era mais você?
você nem estava mais lá.

Um sentimento triste, de solidão,
da não proteção do 'sozinho' apareceu.
Depois de tanto tempo sendo nós,
hoje virou eu e você, mais uma vez.

O 'sozinho' ainda não saiu de mim.
Hoje ele é pra mim uma solidão,
ou qualquer palavra que termine em ÃO.

Pode ser depressão, interrogação, matação,
um vulcão, enganação, palavrão, absorção,
rejeição, detenção... so-li-dÃO".


Viu porque as vezes não mostro meus textos?
Não são tão bons quanto os seus.


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Beijão pra quem leu!

terça-feira, 5 de julho de 2011

A incerteza de que o erro matou o papelão.

A saudade aperta, esmaga e corrói.
Alguém um dia disse que a saudade cura,
talvez tenha sido eu,
talvez eu estivesse certa.

A incerteza é certa: nunca sei de nada.
Existe uma coisa que eu sei,
talvez eu esteja sentindo saudade,
talvez eu esteja certa.

A alegria é ver o mundo em paz.
É não se estressar com os trombões na calçada,
talvez eu tenha trombado,
talvez eu esteja errada.

...

O erro é parte de mim, algo que não sai.
É como se fosse uma cola em um papelão,
pode sair quando você puxa,
mas leva um pedaço dele consigo.

Talvez eu seja o papelão,
e você o erro.
Talvez eu seja o erro,
e você o papelão.


E quem disse que o erro é ruim?
Talvez tenha sido alguém com saudade dessa alegria,
alguém certo do incerto.
A minha certeza é que não fui eu.

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Viajei nesse né, mas é tudo uma questão de fase... alguém me disse isso.

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Beijão pra quem leu!

Fala, fala, fala, fala, ..., fala.

E você ouve, ouve e ouve,
mas ninguém quer te ouvir.
Seu ouvido sangra pedindo clemência,
mas ninguém para de falar.

Ser o ombro amigo cansa,
cansa também não ter um.
Ter que aconselhar enjoa,
enjoa também receber conselho nenhum.

Um dia ainda vou trocar de mundo,
e nesse mundo terão ombros,
ouvidos, conselhos e amigos.

Sem vozes.

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Beijão pra quem leu!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mais.

Os sinos da igreja me acordaram hoje junto com um sorriso seu,

E teu abraço quente veio me dizer que o dia ia ser bom.

Hoje, mesmo não mais tendo crenças,

Agradeci a um Deus por ter você por aqui.


Fiz planos e mais planos, sozinha e com você.

Não me lembro de uma manhã tão linda.

Cada manhã supera a última, cada sorriso supera o último.

Estar com você supera a minha escolha pela solidão.



Definitivamente, nós somos MESMO uma BELA dupla.


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ps: obrigada as pessoas que me mandaram temas pro conto por email! em alguns dias posto aqui!

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Beijão pra quem leu!