quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Apesar de tudo, meu coração tá feliz e ansioso.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ABC da expressão.

Se eu fosse te contar todas as coisas, todos os fios emaranhados, todos os 'piques' de tesoura que precisei dar na vida só pra ser feliz... Eu te amo muito e entendo (hoje em dia) muito bem sua necessidade de resposta (também conhecida como saudade), porque melhores amigos merecem respostas.
Infelizmente, hoje, nesse exato momento, eu não me sinto pronta pra te dizer o caminho desses fios, nem por qual 'pique' começar. Talvez explicar que alguns traumas me deixaram incapaz de acreditar nos fatos e que eles aconteceram comigo, sem você por perto.
Me faz falta saber dos teus amores.Gosto de como se joga intensa e sorrateiramente em todos eles, em como conta cada detalhe, valorizando de forma tão poética cada movimento. Sinto falta da sua voz e do seu sotaque, que encaixam perfeitamente nos seus comentários dosados de sinceridade.
Posso dizer que me sinto acordando de um longo período de hibernação. Esse tempo me é necessário, amiga, pra saber como me libertar desses traumas de uma só vez. O período está acabando e te adianto: os traumas já estão de saída, alguns já foram e só percebi agora, enquanto te escrevia e listava o que precisava contar.
Ainda vou responder aquele e-mail, as mensagens no Facebook, vou retornar as ligações e, principalmente, irei te visitar. No momento me falta voz, palavra, coordenação pra digitar sem tropeçar nos detalhes, coragem pra agradecer o tanto de fé que você bota em mim.


Eu te amo!
E me orgulho de ter você assim, perto (de longe) de mim.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dura.

Soluço em cima de soluço, uma gota atropelando a outra até chegar no nariz, que entope pela velocidade que tenta puxar mais ar pro pulmão engasgado. O dedo digita palavras no impulso e tecla no ritmo do meu coração, descompassado de tristeza e agonia. Meu vestido cinza e branco tem gotas de água salgada nas listras, e está solto no corpo, já que o jejum emagrece. O cérebro tenta entender as palavras impensadas que só confirmam o desamor à leveza, a desesperança na harmonia e no que é duradouro.
De repente, percebi que a vilã sou eu, culpada pelas falhas e desencontros, que tenho sugado sua energia pura com a minha mínima valorização do meu corpo, com minha crítica e auto crítica pesadas.
É por isso que hoje eu fujo pra bem longe com meu coração em pedaços, minha cabeça me culpando de ter sido precipitada e meu sexo agonizando sem despedida.
Já chorei um rio por você só nesse texto, que é o que me acalma. Pensei ser tão sem nexo nesses últimos tempos que essa reação me lembrou que sou humana.
Não posso mais por a culpa dos meus erros nos traumas, então preciso curá-los logo, sem a ajuda de quem sofre em ter que mudar todo dia por mim. Te agradeço.
Agradeço principalmente pelas vezes que me cuidou. Às vezes fico tão cansada de mim, que me largo, me esqueço. Vivo em função de fazer gracinha, contar piada. Mas só minha vida é uma piada.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cansaço de Natal.

Percebo hoje o tanto que sou irritada com a minha família (não os de casa, nem os de longe). Esse jeito infantil de se irritar com pouca coisa me impediu de brincar com meus primos na rua, de participar de algum amigo-secreto, ou de saber com quem meus tios estão se casando.

É tanta intriga, tanto descaso, tanta discussão, que eles esqueceram que têm filhos! Como representante dessa ninhada de primos que não se amam, eu digo que chega. Não quero mais uma família torta. Gostaria de trazer aquela família de longe pra cá, pra eu amar de pertinho, já que sinto falta todos os dias daqueles primos, tios e da vó.

Me cansei dessa família que mora perto e que força um sotaque rebuscado pra se fazer de elite. Quero é brincar na lama com meus primos que me conhecem, mesmo de longe!

Seguro o choro toda vez que alguém comenta da própria família com descaso. "Minha tia me liga todo dia!", que bom, meus tios nunca, repito, NUNCA me ligaram nem no meu aniversário. Devem saber o dia, sabem quando estou na cidade, mas NUNCA foram me dar um abraço. Minha avó tenta, mas é sugada pela insanidade, dela ou deles. Saudades do meu avô que ligava, andava até minha casa, me abraçava, me conhecia, me acarinhava.

Perto do natal a gente sempre acaba fazendo uma avaliação sobre a família... mas faz tanto tempo que a minha não avalia a dor que causa nos primos órfãos de outros primos, que eu desisti de colocar na balança as coisas que amo e odeio. Hoje eu respeito, quero perto, mesmo que estejam (com cabeça e coração) longe. Minha geração não permite desculpas.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Experiência universitária.

Você aguenta, segura o choro, aguenta o ronco, esquece do fogão, não abre mais a geladeira. Toma banho, fuma ponta de palheiro pra evitar que os sintomas apareçam de novo.
Já ela não. Tem miado o dia todo querendo comer o que gosta, pulado nos móveis e espalhado os objetos no chão achando que o problema é a falta de atenção.
Você fica doida, tentando não ouvir o miado, tentando juntar os caquinhos dos objetos jogados, organizar novamente os móveis, marcar leite na venda pra despistar a fome. Fica louca procurando soluções, pensando no que vender, o que fazer primeiro pra essa situação não piorar. Fica ensaiando os 'nãos' que devia saber falar pra não aumentar progressivamente essas dívidas.
Ela mia mais e mais, parece que joga na cara o tanto que você não tem força pra sair da cama, nem voz pra tentar que tudo fosse como você gostaria, ela mia, mia e dorme de fome. Ela consegue miar frases de desprezo na minha cabeça.
Seu coração estraçalha, você fica perdida, rodeada de gente que tá vendo o problema mas finge ser cega, ou é burra demais pra perceber que você está sem sono, estressada, com fome. Muita fome.
Não tem vazio maior, ou solidão mais latente. É um sentimento independente, que consegue corroer lentamente cada parte do seu corpo, incluindo o cérebro, que vira uma confusão, um misto de ódio e tristeza, uma avalanche que intensifica qualquer sentimento. Sua atenção seleciona apenas os trechos que falam de comida, ou as imagens corriqueiras que te ligam ao ato de alimentar-se.
Parece exagero, desespero ou miséria. Dá vontade de bater em quem diz isso estando apenas 40 horas sem comer, com a distância de uma ligação com uma desculpa muito boa pra resolver o problema... mas a fome traz isso: você é capaz de aceitar ajuda de qualquer pessoa, menos daquelas que você ama, ou tem zelo, porque o orgulho triplica, a fraqueza do corpo e a sensação de fraqueza de caráter e mente te deixam ainda mais vulnerável a aceitar um prato de comida. Que orgulho é esse!?
Agora eu penso em quem não tem dia certo pra comer: como se espera qualquer atitude pacífica diante de tanto ronco, tanta gastrite de esvaziamento? Como se espera engajamento pra trabalhar, 'se virar', 'largar de ser vagabundo' se o saco não consegue ficar em pé?
Sem cabeça pra pensar em qualquer conclusão onde eu não pareça uma morta de fome (por opção) que consegue ser egoísta e orgulhosa em todas as situações, eu vou parar por aqui, criar coragem e sair pra marcar toda "gordice" do mundo na mercearia em frente de casa.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Acordei com a mesma sensação de ser revirada que senti tempos atrás. Uma imensa culpa de sei lá o quê, uma imensa raiva de sei lá quem. As cores do dia não ajudaram, nem os programas que só pensei pra passar o tempo feliz, imersa no esquecimento da infelicidade passada.
Segurei o dia todo um soluço extremo de dor. Sentindo raiva de mim, do meu corpo, de pessoas que dividiram a vida e a morte comigo. E eu, que me sinto tão madura em dias comuns, fico me sentindo insegura, sozinha, triste... sem entender que hoje quem desistiu de se animar fui eu.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Falta pulso pra decidir se deixo mais um partir,
porque é tanto desapego quanto a mim,
que me parece estranho ter alguém afim,
além de estar junto, querer sempre vir.

Um morro me separa da realidade,
me tira do espaço onde existe gente contente,
tomando cachaça, sorrindo com todos os dentes,
penso viver em outra cidade.

Aqui eu vivo olhando pra minha vida,
me culpando por pequenos erros do dia,
chorando pelo que já fui, sem alegria,
e por essa mania de correr da partida.

Inúmeras vezes eu erro ao dizer que gosto,
porque gosto é controverso,
a hora de dizer que gosta é como um verso,
que pra mim é como cadeira sem encosto.

É tão difícil que vivo na dúvida,
na vontade de perguntar como tem sido,
se a pessoa sente algo parecido,
ou se eu estou errando, em dívida.

O melhor a fazer é tentar dormir,
porque ainda é cedo,
pensar sempre me deixa com medo
de alguém ouvir e tentar intervir.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Queria voltar ao normal, Nao viver mais nessa sinfonia de choro, Nem precisar de companhia pra sentir que estou viva. Essas crises são tão horrorosas Que precisam levar no nome pelo menos um adjetivo, Pra que não tenham dúvida do que se passa dentro da gente. Hoje me tranquei de novo. Meu corpo precisava da energia da minha casa, minha comida. Mas eu cansei de mim! Das tempestades que crio a partir de anseios meus, Que externalizo na forma de vomito verborragico, Insultando e insinuando coisas que eu só pensei. Todo dia penso que vai passar, e no auge da minha independencia mental, me vejo brigando com a chuva, pra que ela deixe o menino vir me cuidar. É uma crise interna, egoísta e mesquinha.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Falta respeito com o gosto dos outros.

Segundo plano

Em forma de poesia eu enxergo
tudo o que eu queria dizer na forma simples.
O culto à poesia tornou banal
o sentimento de quem se diz poeta.
Poesia sentimental que hoje é piegas
pra mim é a forma mais natural de falar.
Quando passo de forma letrada o que eu vi
se torna real o que ficou na memória.
É a forma mais sincera de abstrair a loucura
de viver em um mundo onde tempo é a razão.
No meu caderno o dia é infinito
todo céu é lindo, o mais bonito.
O dinheiro é pra manter a alegria comprada
que quase supre o nó na garganta.
Mas a poesia grita o sentimento de uma forma tão leve
que minha lágrima é sempre doce.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sem nexo.

Considero retórica toda pergunta idiota,
como se eu sou aquela que pensa,
ou aquela que faz poesia.

Não bolo nada em fatos irreais,
gosto de sedas virgens,
que não mentem sobre quem são.

Gosto da nova rotina,
sem uma escovinha a mais,
que gasta o dobro de pasta.

Estou assustada com o rumo das coisas,
porque segurar meu pensamento não é de mim,
também não consigo não me alterar.

Neguei por anos que existe intensidade,
minhas coisas sempre foram feitas no impulso,
amadas no presente, perto dos olhos.

Me vejo hoje sem controle do que acontece,
o que me entristece.
Estou tão longe de saber quem eu sou,
que nem imagino o que pensar sobre você
(que me assusta).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

- Troquei o caminho hoje, aquele cara tava lá, levantou logo que me viu.
-- Fala com ele, seja direta, diz que não gosta.
- Aí ele me xinga.
-- Tudo bem, relaxa, você não precisa ligar pra opinião de ninguém.
- Não é a opinião, é a discussão desnecessária que vai começar.
-- E daí? Vai acabar ali.
- Eu conheço o cara, ele já fez isso antes. Ele e outros.
-- Que bobeira ficar com medo disso, bloqueia que resolve.
- É que não é medo físico, é psicológico.
-- Cê tá viajando.
- Pode ser...

A arte de ser ignorada por um medo que não devia ser meu.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dia segundo, outubro.

Com certeza, o fique certo do incerto nunca fez tanto sentido.
Todos os dias minhas certezas viram planos futuros,
uns pedem pra ser amanhã coisas que só estou pronta hoje.
E só percebo que queria amanhã quando alguém aceita meu tempo.
A incerteza ficou tão certeira, que me assusta programar, prolongar.
Me falta companhia, não faz sentido agendar o que fazer.
Meses a fio com 'eu vou' e 'eu não vou', que nem sei o que já fiz.
Hoje eu tô pronta pra dormir, com uma gata e uma TV gritando gol,
porque não programei o que queria ver, nem beber.
Me cansa a boniteza da vida num dia de chuva, com uma dor estranha,
que não sei se é pra machucar ou pra fazer companhia.

domingo, 22 de setembro de 2013

Na pixxxta.

Doou o corpo pra pendurar grife,
nem cobrou, não 'preçou'.
Tem desfilado pela rua.
Para em bares, para a avenida.
Bloqueia os carros passarem
com o peito de borracha.
Anda devagar no asfalto esburacado,
grudando o salto na faixa,
remexendo o cabelo amarelo,
oxigenado, 40 volumes, 30 minutos.
Fotografou de lado, com o copo colado,
de uma bebida que brilha no neon.

Deu tchau pra galera, entrou no táxi,
pediu desconto quando saiu.
Tirou o salto, desceu as meias,
subiu o morro, cansada.
Arrancou os cílios postiços,
lavou a cara com água gelada da torneira.
Limpou o salto na pia,
deitou de touca, "ainda é sexta".
Puxou o sofá-cama,
acordou sua irmã, colega de sala.
Deu 'boa noite'.
Se afogou em pensamentos fúteis,
dormiu.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Perdido em um caderno, o pessimismo do passado, hoje intitulado de ERRO poético.

"Desacredito no único, na única, no desejo em comum de estar junto, incomum sensação pro outro, comum sensação pra mim, nessa via de mão única no carinho, no querer, na ligação do corpo. As nossas músicas não eram nossas, tinha mais gente no nosso, no meu que você não vivia, não viu. Mudei, envelheci de dentro pra fora. Me magoei com a falta de tato, de luta pela causa [que só eu via razão]. Pra você existiam várias delas e pra mim, a causa era você...  que continuou sendo [do sofrimento], mentindo. Com tristeza eu me curei, esqueci os erros cancerígenos, tornei o nós em um novo eu [sem fé em outros nós]. Olhar duro, sem expressão. Cabeça cheia do vazio da angústia, desacreditada. Como sem sentir o gosto, bebo sem sede, ando pra não minguar, converso pra não emudecer, nem perecer. Acredito unicamente na intensidade das coisas que vivo, razão do meu penar e, principalmente, do meu amar, meu amor."

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Miaula.

Todo carinho deve ser aproveitado, mesmo que seja rápido, deve ser ronronado. Que a raiva tem que vir seguida de mordida, arranhão e orelha em pé. Dormir é essencial, de preferência no escurinho, depois de muito carinho. Leite é banquete, ele bem gelado num dia quente. Cocô e xixi devem ser tampados, escondidos. O tempo de resguardo no próprio canto é necessário, pra que a vida não fique repetitiva nem cansativa. Tomar sol é bom e se sentir limpo também. Tudo que emite som deve ser percebido, perseguido e curtido. Sexo não precisa ser silencioso, nem obrigatoriamente feito na cama e é natural um ou dois vizinhos reclamarem. Mesmo que aja uma pulguinha atrás da orelha, pular é preciso! Rasgar, desfiar e arrebentar coisas também. Feline-se!

Fé no Vale.

Era pra ser.
Só não foi porque ele travou,
me deixou na mão, quase saiu pela boca.
Meu rosto já estava vermelho,
meu olho também.
Só via você tocando,
muito cabelo, um boné.
Não gosto de bonés.
Minhas mãos suavam na última lata de cerveja (quente).
Era noite e estava calor,
tinha um parque de criança,
"criancei", suei.
Não dei atenção porque não vi necessidade,
o céu estava limpo,
a lua de frente pra praça.

Não se assuste, não me apaixonei.
Só estou chateada pelo meu coração,
mais uma vez,
ter me deixado na mão.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Parece pra ele, mas é pra ela.

Maltrata-me demais esse seu sentimento ruim,
Tira-me o sono, que é meu e não uso, por você.
Tento te convencer a enxergar a raiva que sinto de mim
por pensar que estou com raiva da forma como se vê.

Passe os olhos no que eu disse,
Não veja a maneira, mas o conteúdo.
Que nem um pouco é burro, ou palpite,
E nem é um artigo, ou estudo.

Preciso rever a chama alta, luzente,
Que de certa forma se perdeu no achismo.
Falta preencher-se, botar o fogo pra frente,
Senão a fogueira vira cinza, voa e cai no abismo.

Não quero ver amigo meu caído,
Se sentindo perdido, sentindo que perdeu.
Nem quero ver-te se sentindo retraído,
Isso acaba, é fase, conosco já aconteceu.

Quero fogo, não fumaça.
Isso dói, mas dê-lhe um tempo...

Passa!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Hoje meu coração sentiu sua falta.
Ainda não lavei a louça desses últimos dias, nem tirei sua caminha do lado da minha. Derrubei sem querer sua bolinha, e os sininhos me fizeram chorar a tarde toda.

Algumas pessoas já vieram me dizer o quanto isso parece loucura, falaram que você foi só uma gata. Mas, Anita, você sabe o que foi pra mim, né? E te perder... me deixou tão vazia, incompleta, sozinha. Tenho dias bons, onde encontro amigos que me abraçam, que entendem a falta que um bichinho faz. Nesses dias eu dou risada me lembrando do seu ciúme do meu notebook e da cara de safadinha quando olhava a câmera apontada pra você.

O luto não é feio. É chato pra quem nunca sentiu necessidade de colocar isso pra fora.


Saudades, Anitinha.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Linda, tão linda!

Linda, tão linda!

Seus botõezinhos acionavam um ódio ronronante que eu amava! Você corria pro meu colo quando sentia ciúmes de algum amigo. Ciumenta, brava!
Só as mãezinhas sabem o quanto você era linda, charmosa, esperta!
Lembro de você procurando sol nas janelas, tentando se adaptar à casa nova que, em dois dias, ficou carimbada com as suas patinhas. Ai, Anita, suas patinhas!! Que empurravam tudo pro chão pra chamar atenção... não precisava. Era só te olhar uma vez pra perceber que você merecia atenção, você era linda! Linda!
Hoje foi estranho. Ia te pegar hoje pra vir pra casa, mas acordei com uma dor no coração, com uma sensação tão pesada... quando a notícia veio: Anita foi embora. Num dia tão bonito, ensolarado e movimentado, só consigo ficar na cama, lembrando da companhia pro sono, pro filme, pro almoço...
Ah, Anita!
Perder as coisas a gente supera, reconstrói. Perder uma amiga, um bichinho que fez tão bem pra mim, uma filhinha mesmo, é inconsolável. Sei que vou me desprender da lembrança triste em poucos dias, que irei me lembrar da sua elegância e agilidade, sorrindo... mas hoje o dia está cinza pra mim.
Queria mesmo que existisse um céu pra bichinhos, onde a ração fosse Whiskas e leite desse em rio. Lá você não sentiria dor, não ficaria doente e estaria sempre feliz, daquele jeito que sempre foi.
Pareço hoje aquelas pessoas que são bobas de tão saudosistas, que são defensoras dos gatos domésticos e de rua. E foi quando eu te vi naquela primeira foto, Anita, que minha mente abriu pros gatinhos. Eu queria e precisava de você!
Espero encontrar outro bichinho um dia. Se você quiser me ajudar do hipotético céu dos gatinhos, aceito toda indicação do mundo.


Saudade dura, doída.

sábado, 24 de agosto de 2013

Intocável.

Intocável.
Inspiração.
Tirada do inspira, expira,
do vem e vai, do suor,
do lençol úmido e contorcido.
Quero ser.
Quero sair do altar,
parar de ser luz e pura beleza,
significados de meu nome,
para ser menina moça.
Eu já sou.
Falta a crença,
a descrença da foto velha,
que mostra a marca, a fala,
do que eu era.
Do que eu não sou.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Imprevisível Leprechaun.

Desde quando ir embora é triste?
Vejo uma parte de mim saindo,
indo conhecer os lugares onde iremos
todos juntos, um dia.

Mentalizo os encontros via Skype,
desencontros encontrados e embriagados.
Já consigo ver sua touca, suas luvas e cachecóis,
nossos olhos marejados, ou só avermelhados...

Tua nova vida não vai te fazer perder essa.
O alicerce aqui é forte, nós somos fortes,
insistentes, teus amantes, que descem e rebolam.
Que tomam cachaça, trocam bala, comem banana,
no banheiro.

Digo que sou só saudades desde agora.
Nem toda brasileira é Deborah.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Morro, em cima ou embaixo.

E eu, que me resumo a coração e sorriso,
tremi com o palpitar constante dos músculos.
Descontrolados, me guiaram pro abismo da sanidade.
Caí, me tornei insana e sacana.

Andando, tentando chegar ao topo,
sendo empurrada pelas lembranças, tantas,
escorreguei e atolei, no meio do caminho,
fiquei no limite entre louca e sã.

Como se fosse um purgatório terreno,
repensei e revivi momentos, surreais.
Vida vai e vida vem, no mesmo minuto,
o irreal com o verdadeiro, uma semi verdade.

Me prendi em pensamentos mórbidos,
de morte e indignação, do abandono recente,
da vida incoerente, que nem com música acalma,
nem com cachaça, travesseiro e outra alma.

Pensava em desistir quando meus pés se soltaram.
Escalei feito um animal que escala, movimento raro.
Suja de terra, de mato e de sorte, voltei ao topo,
o ponto mais alto da sanidade humana.

Deixei a brisa me sentir, sentir meu corpo interferindo seu caminho.
Ali já não era eu, eu era a louca do outro instante.
Me recusei a sentir a brisa, troquei toques, mas não,
ali não era eu.
Eu era a doida. Eu sou a doida.

Me joguei.
Senti a insanidade entrando em mim, de forma carnal,
aguda, constante. Gostosa!
Agora eu era ela, e ela, era eu. Insanas, equilibradas.
As duas descobrindo que a loucura mantém os pés nos chãos,
sabendo que lá em cima, a sanidade fica doida pra pular.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Eu, antes incerta, fui certa.

Não tem resquício, maldade ou rancor. Sem nada me empurrando pro chão, hoje senti de novo a leveza, talvez a temida leveza do ser que já critiquei diversas vezes. Explicar como é se sentir assim, leve, é tão difícil quanto chegar nessa leveza. Independe de outras pessoas (por mais que elas sejam indiretamente necessárias pra manutenção dessa sensação), depende da clareza, da falta de tristeza, de ver o presente com olhos de quem só enxerga a beleza. Eu sou minha própria beleza - que é reflexo das pessoas que estão comigo, sempre ou em pouco tempo, essas pessoas me embelezam, me enriquecem.
Quem dera ter todo o tempo e agenda do mundo pra "viver essas pessoas", ver o reflexo da minha energia nelas, aproveitar a energia delas em mim.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Quem dera.

Decidi ficar.
O barulho nas ruas havia cansado,
a revolta de ontem não era minha.
Emudeci.
Não atendi telefones,
nem respondi com fidelidade as mensagens.
Minguei.
Acordei inchada de choro,
choro que não lembro de chorar...
talvez tenha sido em sonho, pesadelo,
pela história boba de desencontros,
pelos amigos que querem partir,
ou por mim, que quer se partir.
Acordei brava, triste.
Cansada de desmarcar, de não ir.
De ter que me desculpar por uma coisa que não controlo.
Ou controlo, de uma maneira que ainda não sei.
Acordei pensando estar na casa de meus pais.


Quem dera.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Doença carente.

Tem coriza, sinusite, friagem, pé descalço, papel pra limpar meleca, espirro depois da tosse, tem febre, tremedeira e falta de sorte.
Acordei carente, doente, descontente. Precisava de um afago, um amasso de anti-corpos, um quilo de medicamento, dois litros de chá de alguma erva que tire as dores no corpo, e hospital que não cheire tristeza.
Tô chata, tô bobinha, tô impaciente. Quero um sofá pra passar o dia todo deitada, atestado pra não levar falta em aula dada e passe livre pra fotografar cada canto da cidade. Quero massagem, cartão de memória e terapia.

domingo, 23 de junho de 2013

Lindo. Todo lindo, tudo lindo!
Lua linda.

Dia mais risadinha, livre e libertador do ano!
Que venha a super lua.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

AH! A fase do batom vermelho!

Viciante!
Do laranja ao azul,
cor vermelha berrante!

Cintilante!
Do amanteigado ao aveludado,
até com creme hidratante!

Usar batom é caso sério!
De parcelar, botar no crédito.
Batom é sinal de confiança,
na carreira, na mudança.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Giovanni.

Menino cresceu.
Se fosse menininha, estaria debutando!
Mas graças à uma força maravilhosa, é menino!
Lindo, alto, já com a voz grossa.
Talentoso, inteligente.
Com uma atenção gigante pras nossas histórias,
com um interesse enorme no que a gente fala.

Eu não queria você ficando velho, cara.
Porque já já chegam as namoradas,
dá-se mais tempo, vem a faculdade,
o 'morar longe', e as responsabilidades.
Você vai tirar tudo de letra, mas EU NÃO!
Vou me preocupar com o que está comendo,
fazendo brincadeira sobre seu corpão divino,
e não terá mais graça.

Só na minha cabeça, de irmã de menino pequeno.

Eu te AMO!!!
E te amarei SEMPRE! Grande, pequeno, médio.
Porque amigo é pra essas coisas!

PARABÉNS, carinha!!

Incapaz

Incapaz de levar alguma coisa a sério, ela riu. Riu assim que ele tirou a roupa, que a apertou com os dedos frios, que a olhou nos olhos com uma (in)verdade forçada e disse que ela era linda.
"Menino, não se sinta na obrigação de me encher de elogios", tem gente que não entende que não é o elogio a grande força da vida, é o suspiro! Sim, suspiro de conforto, de tesão de estar ali, da certeza de não querer estar em outro lugar.
Eu não estava a vontade. Por isso o riso. Por isso vi quando escureceu, quando clareou. Eu não estava ali. Só pensava se aquela pessoa seria capaz de me entender, de levar de maneira leve a minha ignorada nas próximas três semanas, ou de ouvir tudo que já aconteceu comigo (sem rir, chorar ou sentir pena).
Incapaz de ser direta, eu omiti. Até o fim eu sorri, me fiz amiga, me tornei confidente (confidente ouvinte). Abri o jogo pros amigos. Mas entre uma gargalhada e outra eu caí na real: estou incapaz de me sentir em paz (com alguém).

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cabelo curto

Pra ter esse cabelo tem que ter disposição!
Haja saco pra acertar o redemoinho, pra comprar roupa de menina pra não ser confundida, e pra se arrumar na tentativa frustrada de ficar bonita.
Eu AMO cabelo curto. Acho ridículo reclamar de cabelo, porque tê-lo já é ótimo. Mas errei o momento pra surtar e cortar a cabeleira. Eu tenho sérios problemas com essas crises de mês, no auge do período hormonal, onde a mudança tem que aparecer, você têm que se destacar pra si mesmo, precisa mudar e vem a mudança em você! É o momento crucial da nova fase... do mês ou da vida.
O problema está nisso. Fazia pouco tempo que havia surtado, nessa onda de mudança. Muitos trabalhos (pasmem, alguns remunerados!) e pouco tempo pra pensar. Quando parei pra me ver, eu não me achava!! Havia mudado, e ali tinha muito cabelo, muita roupa velha e antiquada: eu não era mais eu! Precisei resolver logo o dilema, mas no momento de surto, em uma segunda-feira onde não existem salões abertos no mundo, eu descubro um salão (que já teve seus momentos de glória), aberto, com horário vago (nunca confie em salões que abrem segunda-feira e têm horário vago!!!). Saquei dinheiro, corri pra ele e cortei o cabelo.
CHOQUE! Olhei pro espelho e não me vi nem velha, nem nova. Me vi Willy Wonka estilo Jhonny Depp, pronta pra apresentar a fábrica pras cinco crianças sortudas. Chorei, choquei, xinguei. Fui pra casa pensando: se não era aquele corte, qual seria? Onde eu estaria?
Já me vi em fases assim, de mudanças gigantescas. Mas parece que agora eu quero mudar a cada segundo, porque as fases têm passado rápido, com força e intensidade. Pessoas e coisas lindas apareceram na minha vida, junto com uma (ironicamente) força na peruca, que me fez confiar no meu taco profissional. Porém, só profissional.
A falta de tempo pra olhar pra mim (a falta de otimização do tempo, na verdade) e de tentar me encontrar nesse novo corte, tem me deixado com a auto-estima parada lá no mínimo.
É coisa de gente tonta esse tipo de papo, principalmente esse tipo de preocupação. Só que tô sentindo falta de me sentir bonita, de me encontrar todo dia no espelho, vendo a mesma coisa chinfrim de sempre, mas a mesma coisa satisfeita com tudo.

ATINA

Saudade da gatinha,
da gaiola, da casinha.
Saudade dos saquinhos furados,
dos pacotes revirados, dos móveis todos pintados.

Sinto que não é minha,
que não sirvo pra ter filhinha.
Não te vejo mais, gatinha,
não sei seu cheiro, nem cor da patinha.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

EDAZIMA

Pra chorar, pra contar,
pra planejar e sentir medo.
Pra estressar, entediar,
pra descabelar e surtar.

Pra sentir vergonha, pra se conhecer,
pra dizer que ama e que é pra sempre.
Pra rir na marola, pra andar na neve,
pra correr e nadar.

Conhecer amizade, conhecer o 'estar junto'.
Aprender que é preciso reinventar-se todo dia,
renovar-se pro olho do outro.

Ter amigo é infinito, é bonito.

Para Ivone.

Ivone é bonita, tem três filhos e depressão. Comprou leite e nescau, saiu de casa pra ajudar o irmão. E pensar. Ivone não consegue esquecer dos amigos que se casaram e sumiram, que a olham de cima. Mas Ivone não é triste. Ela sorri e conta que também já caiu, que só não se casam com ela por não ser mais virgem.

Ô, Ivone. Se castidade fizesse a cabeça, a moda seria ser eunuco.


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Na minha mente esse texto faz sentido, me apaixonei pela sua história no momento que vi seu olho cheio de lágrima. Nem santa, nem bêbada. Mas boba.
Descobri suas mentiras.


Seu porco.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Detalhe rimado.

"Deus não leva a sério os apaixonados".
Que são loucos, desvairados,
que alimentam de amor a esperança.
"paixão é o nutriente da insegurança".

Quem não se apaixonou tem certa teoria,
"eu não comeria no mesmo prato todo dia".
Apaixonado se enfurna, se afunda,
consegue viver de quarto, cigarro e bunda.

Quem desapaixona quebra o feixe.
"Em águas calmas tem peixe",
"que não quer ser fisgado".
E se for, é pra ser namorado, ser amado.

Quem foi ferido é até sortudo, lá no fundo.
Perdoar é aceitar que acreditou em tudo,
que apostou no amor e mesmo que o fim tenha chegado,
acreditou que estaria pra sempre enamorado.

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Apaixonado é um ser privilegiado,
Que passa o dia passeando em nuvens,
Olhando no relógio, querendo correr o tempo.

Hoje a lua me ajudou mesmo, me deixou em paz. Dei sorte de achar aleatoriamente dois filmes brasileiros que não são geniais, mas que me trouxeram pensamentos positivos com relação à intensidade que eu vivo o mundo. As frases entre aspas foram retiradas dos filmes.

"Malu de bicicleta" - 2011,
"A mulher do meu amigo" - 2008.

Bom dia!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Lua.

Hoje me forcei a escrever. Tentei por meia hora e não rolou. Peguei no sono, tinha MUITA coisa pra fazer. O dia foi piorando, tava tudo tão ruim, tão triste. Ter que mudar de casa, refazer meus planos da mudança que antes estava prevista, contar grana, cobrar dinheiro emprestado. Coisas que me deixam mal, incomodada de fazer. Desisti de tudo, pensei que esquecer toda a merda e as falhas do dia seria relaxante. Não deu. Me senti tão presa à isso que resolvi sair, tentar me resolver na rua. Na porta de casa, encontro a lua. Cheia, branca e LINDA. Não sou ligada à lua cheia, tenho certo receio do que ela pode me trazer pelos traumas vivido com os filhos dela. Eu gosto de lua. Crescente principalmente. Pelo símbolo, pela luz fininha que ela reflete. Mas hoje, essa lua me deu uma energia bacana, talvez suficiente pra essa semana de procura, reflexão e rearranjo. Me trouxe uma vontade imensurável de escrever, de ler coisas novas. Sim, pode ser só o primeiro baque e dentro de umas horas essa ansiedade toda passe e eu volte a travar a cabeça nos problemas. Prefiro pensar que não, que tenho força na peruca de novo e que estar bem e sozinha deve ser aproveitado de forma brilhante.


Não sei se consegui descrever o que passou.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Meteoro.

Me deixa ir, sumir.
Me encontro e você me perde, me faz ser monstro.
Segue a arte, que de ti já faz parte.
É novidade, você também vai destruir.
Some com esse duo de sol e lua.
Vá mendigar mais carinho, dinheiro e menina.
Discuta com a nova as boas novas.
Aproveite a noite dos meteoros, se joga do céu.
Me deixa ir, sumir.
Me vejo de novo triste, me fez ser tola.
Segue sua mentira, ela é sua.
Não é novidade, você fode (em) toda parte.
Sumo com meus textos teus.
Vá assistir quem te agrada, divida sua almofada.
Discuta com a nova as péssimas velhas.
Aproveite a noite dos meteoros, me xingue pros céus,
ou pra quem quer que seja (hoje) sua lua, seu sol, sua menina (de rua).

domingo, 21 de abril de 2013

Contemplar.

Vivo em estado contemplativo. Olhar parado em toda riqueza, que faz meu ocio produtivo. Escrevo, penso. Me orgulho de pequenas coisas feitas por mim e pelos outros. É tudo tão bonito, pra que pirar, se decidi o que quero fazer, colher. Nada me faz falta.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Narcisando.

Essa espécie de loucura, Que me tira o chão, Me arranca o sono, E prende meu pulmão. Nem puta, nem santa, só doida. No impulso da noite fria, Cai no erro gostoso de se deitar, E deleitar. A sensação estranha de ser eternamente substituída, Por qualquer peça fria, De mármore, de carne. Essa dor de quem não ama, De quem não quer nada, Só cama, comida e noite passada. Passa hora, passa dor. Chega de pranto, de desamor. Preciso fugir do que existe aqui, No fundo do poço, na fossa, Que não é triste, só solitária.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Olhar Atento, Boca Calada.

É ela quem vai falar! Fala o vento, as folhas e os pássaros. Tem terra que virou barro. Rio que virou areia, hoje é lama. Tem gente que ficou bonita, Pessoas que amei por cima da cama, Até ver que minha paixão é pelo novo, não pela mama. O antigo é o chato que reclama e se faz de entendido. Tenta guiar o caminho, a cada metro uma piada de destruição. Atentos no caminho, homens! Se não tiver silêncio, não tem vento, folha e pássaro. Não tem bairro pobre e a realidade estampada, na cara, vomitada. Pé no chão e "Casa Engraçada", que tinha teto e não tinha mais nada. Não tem mãe e filho se cuidando, dando amor e se entendendo. Se não houver boca calada, a vida passa. Passa pelo olho que está fechado de tanto forçar pra manter a pose. Eu gosto é de poesia, Do café da manhã da Maria, Que tem caneca de lata com café, Manteiga do pão se passa com colher, e alegria tem sempre mais na despensa. É, é essa Maria que me tira da descrença: "O olhar atento e a boca calada"

sábado, 13 de abril de 2013

Deu Saudade.

Quando eu me curava sozinha, sentia que as coisas iam e vinham leves, e que o amadurecimento era pura independência mental. Hoje me sinto dependente, triste e sozinha. Estou cansada de gente entrando na minha vida e saindo junto com um furacão emocional. Perco a leveza assim que a encontro. Andei em ruas erradas, agora me vejo dessa forma: vazia e produtiva, doida pra construir a beleza que é ter um relacionamento saudável, seguro e poético. --- Deu saudade de quando eu tinha e sentia o amor.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Ex-Cadente.

"Sabe, tia, quando eu olhar uma estrela cadente, vou pedir pra ela fazer o 'bloco do caveira' nunca mais aparecer!"

Sábado foi um dia tão bom! Fiz duas amiguinhas e conheci um punhado de gente. No bate papo com as amigas, Maria Clara (7) e Sâmia (6), pude reviver uma sensação deliciosa, que misturou alegria extrema, com amor efêmero e esperança.
Alegria EXTREMA de ver duas crianças corajosas (elas já atravessam a rua!), que se divertem e contam a realidade triste (do ponto de vista de quem não passou por isso) com um sorriso muito sincero no rosto. O amor que eu senti foi tão puro e bonitinho, com tempo certo pra acabar, mas lindo.

Esperança. Na cabeça de uma doida que redescobriu a amizade de verdade, o que faltava era esperança. Sentir que sempre haverá alguém pra mim, independente do modo, existirão pessoas dispostas a dar a mão. Esperança essa que me fez escrever, sentir vontade de sair de casa e aceitar ajuda sim, mas de quem me quer bem. Afastar as desilusões e as escolhas erradas, que minha cabeça de doida fez pensar serem certas.

Tudo está escuro na minha cabeça, não tenho mais graça, nem gosto do que escrevo. Mas tem tudo dado tão certo, tudo indo tão bem. Talvez seja a reação normal de uma pessimista, que jogou em algum canto [e tá dificil de achar] o "não pensar" e calçou o "remoer" pra não ficar descalça. Decisão inconsciente, do fundo da cachola.

Estou tendo ideias que não consigo tirar de mim, elas não conseguem ir para o papel!

Acho que é nessa hora que eu devo me lembrar das menininhas, que são corajosas e otimistas. Que me trazem esperança, de certa forma.



Enfim, bom dia!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Poesia sem mentira

Um pouco de preguiça da mentira.
Fingimento também é mentiroso,
e talvez pior do que tudo dito em 1ºs de abril.
Preguiça da arte forçada, pra chocar.
Quem choca é galinha, quem mente é humano.
Como disse um amigo meu,
corajoso é aquele que não sente medo em ser ele mesmo,
mas representa isso com a nudez.
Sinto ter que discordar.
Corajoso é aquele que é sincero com sua arte,
que não ultrapassa limites do outro,
e que choca, sem querer e sem estar despido,
com teu enorme falo cultural.

Arte, pra mim, dá pra fazer sentado,
sozinho no mato, de biquíni ou de calção.
Porque poeta é corajoso só de se dizer poeta,
nesse mundo de charlatão.

sábado, 30 de março de 2013

DLX

Vazia, foi encher-se com o prazer do primeiro beijo,
misturando o gosto do homem com o gosto do que saiu de sua costela.
A loucura veio quando acordou,
o choque com a realidade e o conformismo também.
Depois de lavar o corpo e adoçar a boca amarga,
pensou naquele que havia deixado.
"Não há musica que valha um amor,
não há amor que me tire a poesia."
E se só a foça me faz poetisa,
que Deus exista e me faça amar,
fazer amor, lágrima e poesia.

domingo, 17 de março de 2013

Amarga vida.

E a cabeça, que vivia limpa, se encheu do gosto ruim que é a amargura. Não se trata de infelicidade, só do desejo de não ficar mais sozinha, mesmo quando em multidão. Os olhos se enchem de água por pensar que o amigo mais proximo está infeliz e inseguro. É egoista pensar assim, mas também é egoista não pensar em nada.

O tempo resolve! Mas quanto tempo a gente tem? É incerto demais deixar tudo pro tempo curar. Os dias desse tempo são lentos, são pesados, nos deixam acumular lenços e mais lenços de lágrimas.


Maldito mundo paralelo que nunca vi! Nem a roça, nem o mato. Nem a margarida me renovou. Amarga. Adoça, vida.

Esse encosto não é meu.

Ê encosto danado!
Me fez deixar poesia de lado,
pra curar o mau olhado.

Nem pra me livrar o domingo,
que de santo só tem nome,
pra eu fumar um cachimbo.

Levou o fumo, trouxe o marimbondo,
que além de me judiar,
deixou um calombo.

Ê encosto maldito!
Faça da minha prosa uma praga,
pra que teu cavalo empine,
e tua roça seja queimada!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Para Kalu.

Peito pé mão e bunda.
A maldita bunda.
Que cega, que coça,
que aperta, que senta.

Oh bunda.
Que com um pé cega o peito,
que com a mão se aperta,
e no nosso coração senta.

Com cara de bunda expele,
mas só com ela, acende.
Benditas sejam as bundas,
moles, pequenas e vadias.


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Poema sobre bundas para você. Gosto delas e ainda mais dessa coisa loira e elétrica! À você, todas as poesias já feitas no mundo. Soh as relações conflituosas têm futuro, o nosso já está garantido.
Te amo, Kaluaná. (soou lésbico, mas quem se importa?)
Não tem mais lágrima,
nem fim do mundo.
Não tem amor,
nem o brilho intenso no meu olho.

Tem silêncio e apreensão,
medo dos nomes trocados,
da explicação,
de pegar nas mãos.

Já aconteceu d'eu amar,
me jogar de cara.
Durou um dia,
talvez dois.

As dores de cabeça,
os 'em cima do muro',
e a falta de coragem pra viver intensamente explicam,
que a amizade no peito pulsa.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Pechinchando a vida.

Pra sair de casa devo sempre ter motivos.
Às vezes não saio, não costuro,
porque não tenho incentivo.

Ser artista é insuportável,
seja aquele de revista ou esse da imaginação,
porque a arte é imensurável.

Não existe forma de viver de arte
se você não está disposto a pechinchar a vida.
Mostrar que até seu ócio faz parte.

Se ninguém valorizar a obra,
ele morre de fome com a arte.
O estômago do artista também cobra.

Deviam ser revertidos o elogios em dinheiro,
'parabéns' e 'bela ideia' seriam as moedas,
incentivos e abraços tirariam do atoleiro.

Bendito aquele artista que banca suas ideias,
que tem amigos e família pra encher galerias,
e que faz da sua cabeça uma eterna odisseia.