quarta-feira, 25 de junho de 2014

Retrato do dia 25 de junho.



"Por enaltecer a alegria, choro quando me sinto triste.
Até confundo deprimida com depressiva.
Por gostar de dar risada, lacrimejo de boca fechada.
Até confundo sonhar com sofrer".

Não entendi minha tristeza de hoje. Dormi por mais de 20 horas, fiquei presa em rodoviária, editei, gravei, editei mais. Fiquei pouco no facebook, brinquei com a gata que restou no casarão, e chorei. Chorei tanto que tive tempo de pensar em registrar meu choro. Me ver me fez pensar: peraí, o que eu sinto que é tão triste?
E chorando, eu penso que minha vida vive em torno de pequenos momentos felizes, que se perdem na memória quando eu fico triste. Nesse momento, se eu me lembrar dos instantes mais bonitos, vou chorar mais.
É como se fosse uma TPM que vem com o choro. Bati o dedinho do pé, cortei demais meu cabelo, tirei “pelinha” do dedo da mão, eu choro. Decisões importantes, momentos decisivos, eu fujo (chorando). Peguei a mania de me esconder. E a vergonha de me esconder me faz chorar.

"Nada está completo, mesmo minha vida estando repleta
De sinceridade, de paz,
De reconhecimento dos pais,
De alegria acadêmica.

Seria minha tristeza, um amor pela polêmica?".

Ontem fez quatro anos que um cara tentou me estuprar.
Minha vida tem tanto dessas tragédias. Minha cabeça bloqueou tanto esses fatos, que minha tristeza vem silenciosa nos 'aniversários'. Em São João eu me sinto sozinha, segura por morar só com meninos, mas sozinha pra conversar sobre isso. Já fiz terapia, tentei falar com família. Tentei desastrosamente desabafar com ex namorados (quando eram atuais) e a reação sempre era: "e o que isso tem a ver? Já passou". Sim, já passou, mas o que deixou em mim eu ainda não superei. Ou não quis superar. Será que ainda tenho o que aprender com o que passou?

"Espero que um dia entre pela minha porta a paz,
em forma de gente calma e companheira,
que me faça lamentar, chorar, berrar,
pra que no outro dia, ela ainda leve e do meu lado,
me faça perceber que o que eu gritei foi o passado".

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Cicatriz.

Brigar é igual tatuagem de gente hiperativa! Coça, é cutucada,  machuca e cicatriza errado. Insatisfeito, o cara retoca, cobre, mas o ciclo volta na coceira, cutucada.......
Nos últimos dois meses eu vivi em uma tatuagem mal feita, mal pensada, que coçou, cutucou, machucou e cicatrizou errado. Quando a correção foi feita, a dor ficou intensa e a vontade de coçar voltou ainda mais forte. Pra não cutucar, fiz compressa de gelo, evitei pomada cicatrizante e me alimentei direito.

O gelo é uma ótima alternativa. Há muito tempo meu pai me ensinou que o silêncio, em certas situações, é a nossa melhor saída. Não para fugir dos problemas, ou se abster de opinião, mas pra conseguir ouvir os passos que está dando, ainda mais quando os passos não são só seus.
A esperança do rasgo no peito cicatrizar rapidamente é tola. Não existe vantagem em acelerar o processo de crescimento que a dor traz. Às vezes é bom sofrer, é bom chorar, sentir raiva, gritar, espernear. O ruim é culpar os outros pelo seu próprio sofrimento. Você pagou o tatuador, ou escolheu dar os passos com aquelas pessoas. Você, junto com eles, é um dos baldes d'água que encheram esse moinho de novidades desastrosas.
Alimentação! Um corpo bem alimentado não se exalta com facilidade. Não amarga a boca, não corrói o esôfago, não constipa. Um corpo com fome fica triste, deprimido, com ódio, com raiva e, pelo cérebro não estar acostumado a receber essas informações insatisfatórias, ele não admite que tem agido assim, dessa forma tão instintiva, crua, mal pensada.

Me ausentei da boca do furacão por medo de morrer queimada com as paLAVAS. Não queria me queimar com frases mal pensadas, vindas de pessoas que já tanto quis. Em nenhum momento me senti covarde, só me senti sensata: estar perto dos amores da nossa vida é sempre uma atitude esperta e prazerosa. O bom de estar aqui é que não preciso repetir o problema e as possíveis causas como um mantra negativo, eu simplesmente posso viver tudo o que vivia perto do furacão, mas sem ouvir palavras que escaparam no meio da noite, descontroladas pelas incertezas nunca questionadas diretamente pra mim.

Aquele papo: é fácil "falá", difícil é "fazê". Tenho tanto a aprender, mas o que já concluí nesses dez dias longe da lava, foi que não adianta falar e falar, impor e impor, chorar e chorar, sem saber o tanto que as palavras são um perigo. Amor, ódio, falsidade, decepção. O que é desamor pra mim, o que é o ódio pra mim... varia tanto! Depende tanto!! Imagina pra cada um, imagina chegar a um consenso. Não existe e, por essa inexistência, nossa linguagem física é de extrema importância. Nossa presença, nossas atitudes em silêncio, em pensamento, em energia. Palavras que, culturalmente, depreciam alguém ou alguma coisa, trazem imediatamente uma energia pesada, uma azia que só sai com vela vermelha e preta.

Se você sabe de onde vem essas palavras e essa frustração, se sabe que já tentou a seu modo esclarecer as coisas, o distanciamento das situações e pessoas facilita a cicatrização, o entendimento do problema. Nada melhor do que o silêncio pra entender onde errou e onde erraram.

Meus textos nunca se finalizarão com maestria porque a gente nunca tá pronto pro fim. "A gente aprende a viver pra morrer". Até lá, espero não ficar satisfeita com meus textos porque, assim, vou entender que ainda estou em processo.

domingo, 1 de junho de 2014

Tudo o que é feito de coração tem retorno. Reencontrei amigos de trabalho em um freela que fiz. Foram mais de 12 horas de trabalho, com exaustão e uísque de graça. Confesso que desejei minha cama em vários momentos, pensei que estava no lugar errado em outros, mas ainda assim, pus minha cabeça e meu coração naquilo. Não é que o trabalho rendeu? Além de rever esses amigos de poucos encontros, uni minha paixão pela filmagem com a paixão pelo aprendizado. Ainda estou meio baqueada pelo cansaço do meu corpo e pelo tanto de informação em um só dia, só que essa sensação de estar ativa não me deixa dormir. Estou com vontade de enfiar na cabeça das pessoas o movimento mais puro da vida, a plenitude de conseguir amar as pessoas pela simples existencia delas, a vontade de fazer bem e se interessar pelo que o outro é, não pelo que faz. Confusa postagem.